A Chamarrita é um dos mais antigos bailes tradicionais dos Açores, que ainda hoje reúne espontaneamente a população, em festas populares e encontros ocasionais. Antigamente, era a Chamarrita que reinava nos momentos de convívio, as chamadas “folgas”, depois de um dia de trabalho nos campos. Hoje, há ainda um número apreciável de jovens que aprenderam a “bailar” e não dispensam uma roda de Chamarrita.
Baile de roda mandado, é o único no arquipélago que não é apenas “bailado” pelos grupos folclóricos e etnográficos, e que ainda permanece no sangue de quem aprendeu os seus passos. É acompanhada por vezes por cantadores, e sempre por tocadores, com violão, viola da terra, bandolim e eventualmente uma rebeca. Em cada ilha, e mesmo de freguesia para freguesia, coexistem diferentes versões da coreografia, o que não deixa de ter um resultado curioso, quando se juntam bailarinos de ilhas diferentes.
Durante o século XIX, com a imigração de muitos açorianos para a América Latina, a Chamarrita espalhou-se por países como o Uruguai e a Argentina, tendo uma importância particular no Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul. Na província argentina de Entre Rios, chamavam-lhe “limpia bancos”, porque ninguém ficava sentado ao ouvir os primeiros toques da viola.
Ainda hoje este baile tradicional subsiste, sobretudo nas comunidades de pescadores e camponeses, e é um dos traços da cultura gaúcha, a par de outras danças também importadas dos Açores, como o “Pezinho”. Isto apesar de ter revestido formas diferentes, tanto na música, como nas letras e na coreografia.
No entanto, a Chamarrita continua a ter um papel fundamental, e é considerada “a Rainha das Danças” nos fandangos, suites de danças tradicionais do Brasil. Impressiona a força com que este baile de roda atravessou os séculos e as geografias, e com que permanece ainda hoje enraizado na cultura e no quotidiano de vários povos.(In Blogger)
Hoje em dia cada vez mais é o baile dos "novos", até os grupos folclóricos e instituiçoes das freguesias incentivam com "escolas" de aprendizagem, Exemplo disso é a nossa Freguesia, a Ribeirinha que vai ja no segundo ano consecutivo de aprendizagem.
Assim no primeiro ano, "primeiro grupo" ensaiados por dois mandadores da freguesia o Fernando e o Eusebio, formou se o primeiro grupo, com cerca de 8 pares, que fez a sua estreia no Domingo de Páscoa do Ano passado (2007) com acompanhamento instrumental por, "A Viola e os Seus Amigos" e que se tornou numa mais valia para bailar chamarritas na freguesia e nao só.
Neste momento decorre a aprendizagem do segundo grupo que é ensaiado pelo Fernado, e que decorre a bom ritmo, com a participação esporádica de formandos do ano passado, e que quiçá, temos mandadores e mandadoras novos para estrear na sua apresentação.
3 comentários:
Como aprendiz, ou reciclado, da chamarrita, considero este tipo de iniciativa é de louvar, uma vez que é um excelente modo de manter a tradição. espero que os aprendizes de mandadores também tenham sucesso no enunciar das suas modas.
Concordo, é uma excelente iniciativa. Votos de muitas felicidades e... continuem entusiasmados!
Parabéns também ao vosso grupo de teatro.
JCarlos, é o próximo post? Sobre as actividades da frequesia?
Tinha eu uns 15 anos e fui conquistada pela chamarrita, assim como muita gente da minha idade, numa altura em que não pensava em "folclore" e em que este baile estava de facto a esmorecer. Nessa altura, começámos as aulas na Casa do Povo de Santa Luzia e hoje a generalidade dos jovens da freguesia, entre os 20 e tais e os 30s, sabem bailar e não perdem uma oportunidade nas festas da Costa, no Verão. Fico feliz por ver que a chamarrita renasce noutros locais da ilha :)
Ah, já agora, o texto referido como "Blogger" é do meu blog, http://www.chamarrita.blogspot.com/. Ainda não tem quase nada, mas pretendo recheá-lo num futuro próximo com informações das ilhas e das Américas... países para onde a chamarrita emigrou. Lá vem a referência às "aulas" de chamarrita que tenho dado a portugueses e estrangeiros no festival internacional Andanças, que decorre todos os meses de Agosto em São Pedro do Sul (Viseu). Em 2006 até tentámos bailar umas chamarritas brasileiras, com pouco êxito... LOL! Quem puder apareça no próximo... teria o maior gosto. Felicidades para todos os apaixonados da "rainha das danças". Carla Gomes
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